Estradas
BR-392 é lider em acidentes com mortes
Segundo o Detran-RS, 243 pessoas perderam a vida na rodovia e 231 na BR-116; Pelotas lidera o ranking de acidentes na região
A BR-392 é a rodovia com o maior número de mortes por acidentes na região, seguida pela BR-116. Juntas, as duas vias federais somam 474 óbitos nos últimos oito anos. Os dados foram reunidos e apresentados pelo Detran na manhã desta quinta-feira (7) em uma audiência realizada pelo Conselho Estadual de Trânsito (Cetran) para debater o Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (Pnatrans). As informações são referentes a 30 municípios, num quadrilátero de Bagé a São José do Norte e Chuí a Camaquã. A região foi responsável por 10% das mortes no trânsito no Rio Grande do Sul em 2017. Ainda segundo os dados, Pelotas é a segunda cidade com mais mortes de motociclistas no Rio Grande do Sul.
Em Pelotas, a avenida com maior número de acidentes nos últimos oito anos, é a Fernando Osório, na Zona Norte. Em uma apresentação feita pelo secretário municipal de Transporte e Trânsito, Flávio Al Alam, foram demonstradas algumas ações para diminuir a incidência de acidentes no município. A meta de diminuir em 50% o número de mortes, preconizada no Pnatrans, praticamente foi alcançada entre 2016 e 2017, quando o índice teve queda de 46,11%. "Isso não é fruto de sorte, mas de ações da Secretaria", defendeu Al Alam. Entre as ações citadas, estão as blitze realizadas em conjunto com a Brigada Militar todas as quintas, as sextas, os sábados e os domingos em pontos diferentes e o uso do radar de controle de velocidade nas principais avenidas pelotenses. "São medidas que não agradam parte da população, mas evidenciam dados de diminuição de acidentes com mortes", avalia o secretário.
Nos últimos oito anos, a frota da região aumentou em 47,3%. A principal causa das mortes são as colisões frontais. O tema tem sido levantado constantemente pelo movimento pela conclusão da duplicação da BR-116, em obras há anos. Somente na via, foram 202 acidentes nos últimos oito anos. A maior parte dos acidentes ocorre nos turnos da noite e da manhã e as principais vítimas são jovens, aponta o Detran.
Busca de soluções
O Pnatrans foi sancionado pelo presidente Michel Temer (MDB) este ano, apesar de estar no Congresso Nacional há anos. O autor da proposta, o então deputado federal Beto Albuquerque (PSB), participou da audiência. A Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceram, entre 2010 e 2020, um esforço mundial pela redução de mortes no trânsito, conta o político. Até setembro, haverá audiências em todos os estados brasileiros que terão metas, até 2028, para cumprir. "Vai haver cobrança, um mapa de acidentes e dados das rodovias para cobrar ações. Aqui na região tem o exemplo a BR-116 que ainda aguarda a conclusão da duplicação. A pista simples aumenta o risco de acidentes com colisão frontal - estatisticamente o tipo de acidente mais fatal", comenta Albuquerque. Segundo dados apresentados pelo socialista, o Brasil tem gastos superiores a R$ 50 bilhões em hospitais, danos materiais, assistência e outras consequências dos acidentes.
O presidente do Cetran, Luiz Noé, coordenador da atividade, também falou da importância das audiências e da criação de ações a partir de ouvir a população e as forças policiais envolvidas com o tema. "É a construção de um pacto entre a sociedade e o governo para propor ações reais no sentido de diminuir os acidentes", explica. Noé cita o uso dos celulares, o envelhecimento da população e o aumento da frota como fatores constantes no planejamento de políticas públicas.
A população pode participar o Plano enviando sugestões no site: sites.google.com/view/pnatrans.
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